[Leio, Logo Resenho...] - Extraordinário, sob a ótica de Lu Piras

Alô, amigos Inspirados!

     Estamos de volta com mais um "Leio, Logo Resenho"! E hoje quem vai resenhar pra gente é a incrível-sensacional Lu Piras! Pois é, pessoal, ela tem sido uma das grandes parcerias aqui do blog, sempre apoiando e incentivando, ainda nos primórdios de Inspirados. Por isso eu não poderia deixar de convidar essa figura para estar aqui com a gente! Autora de Equinócio, Polaris e A Última Nota (este com co-autoria de Felipe Colbert), a Lu já conquistou tantos leitores que é impossível não imaginá-la numa seleção de escritores nacionais talentosos. E, já que escrever é o forte dela, por que não fazer uma resenha? Bora lá? =)

Texto Lu Piras:

Olá, leitores do blog Inspirados!
    Fiquei super animada com o convite do Pedro para resenhar para vocês por várias razões. O Pedro é meu super parceiro na blogosfera literária desde que meu primeiro livro, “Equinócio – a Primavera” não havia sequer sido lançado (se não me engano, nem editora ele tinha ainda!). Nossa amizade literária tem mais de um ano, portanto. Eu prezo muito essa comunidade que construímos na blogosfera e o blog Inspirados é um dos que visito com frequência, tem sempre uma novidade, uma ótima resenha, colunas interessantes, colunistas inteligentes (Tullia, linda!) e o bom humor sempre criativo do Pedro. Apoio meus parceiros na divulgação da literatura e faço o possível para estar sempre antenada sobre as novidades que eles postam. Eu mesma criei meu próprio blog quando comecei a campanha para a publicação da série Equinócio, mas ao longo do tempo percebi que era preciso muita dedicação e tempo para fazer um bom trabalho e obter retorno dos leitores. Admiro os blogueiros que não deixam a peteca cair. Ao conciliar minha carreira de escritora com a de blogueira, acabei por sacrificar o blog, deixando-o no ar apenas para ser atualizado vez ou outra com notícias e entrevistas. Somente. Nunca postei nenhuma resenha na minha vida. Repito: nunca resenhei um livro. E esta é a derradeira razão pela qual aceitei o convite para estar aqui hoje. Há sempre uma primeira vez. E eu não poderia pensar em um lugar melhor para essa estreia do que aqui.
    Em pouco mais de um ano e meio de carreira na literatura, estou com três livros publicados. O primeiro da série sobrenatural Equinócio “Equinócio – a Primavera” (Jun/2012), e o segundo “Polaris – o Norte” (Ago/2013), ambos pela editora Dracaena. E o romance A Última Nota (12/2012) em coautoria com Felipe Colbert, pela editora Novo Século.  Participo de grupos literários voltados para o incentivo à leitura, como o grupo Entre Linhas e Letras que tem um projeto junto às escolas. Com os grupos viajei por alguns estados divulgando o trabalho do escritor nacional. Considero a minha carreira cada vez mais estimulante e gratificante. Todos os dias recebo o carinho dos leitores, mensagens e feedbacks que me lembram do quanto sou afortunada por ter descoberto a minha vocação.
    Depois da publicação de A Última Nota, decidi que queria investir em um projeto solo novamente, mas nada de séries (também sou leitora e sei como somos torturados pelo hiatus das editoras). Em três meses escrevi um romance new adult de cerca de 350 páginas e engavetei momentaneamente, pois, nem tive tempo de respirar, outras ideias já estavam povoando o meu imaginário. Peguei-me escrevendo um novo romance, desta vez, um drama, uma história de superação. Embalada pela temática dos últimos livros que havia lido, escrevi-o em pouco mais de um mês. Um dos que me inspirou a escrever esse último romance chama-se “Extraordinário”, da R. J. Palacio. Foi uma importante experiência de leitura na minha carreira de escritora e, por isso, escolhi-a para compartilhar com vocês.

RESENHA



Sinopse:

August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso ele nunca frequentou uma escola de verdade... até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.
Narrado da perspectiva de Auggie e também de seus familiares e amigos, com momentos comoventes e outros descontraídos, Extraordinário consegue captar o impacto que um menino pode causar na vida e no comportamento de todos, família, amigos e comunidade - um impacto forte, comovente e, sem dúvida nenhuma, extraordinariamente positivo, que vai tocar todo tipo de leitor.

***

    Eu tinha terminado de ler “Como Eu Era Antes de Você” (Ed. Intrínseca), da Jojo Moyes, e estava num clima, digamos, sentimental. Queria um livro que me tocasse fundo, que despertasse não sofrimento e tristeza, mas superação. Queria encontrar uma história verossímil de motivação, de conquista, com forte apelo emocional, porém, não piegas. Então procurei na blogosfera literária, li várias resenhas de muitos romances desse gênero e um, em particular, me chamou muita atenção pela quase unanimidade entre os blogueiros resenhistas. Nove em cada dez resenhas elogiavam bastante “Extraordinário”, em especial, pela capacidade de ser um livro despretensioso, com um protagonista marcante e narrado sob a perspectiva de diferentes pontos de vista. 
    Os vários personagens, que integram o círculo social do protagonista Auggie, se revezam para contar a história, o que torna a leitura uma experiência muito rica. Além de o leitor conhecer várias versões da história de Auggie, deixa-se facilmente e desapercebidamente cativar pelo menino através de olhares diversos. Esse recurso foi uma ótima sacada da autora, pois nos dá uma amplitude de interpretações e nos proporciona uma maior participação na história. Nós também, como leitores, enxergamos o Auggie de uma forma ao mesmo tempo genérica e particular. Ele é aquele menino com o rosto deformado. É aquele amiguinho diferente, que não é mais um na multidão. O garoto de dez anos que sofre bullying na escola. É o melhor irmão do mundo. É um filho de ouro e um aluno exemplar. É alguém que se enxerga como um garoto comum e para quem a normalidade é apenas uma questão de ponto de vista.

 “Aliás, meu nome é August. Não vou descrever minha aparência. Não importa o que você esteja pensando, porque provavelmente é pior”. (pág. 11). 


    E o nosso ponto de vista é o que torna a história extraordinária. É a forma como passamos a nos enxergar, mais do que enxergar os outros, depois de ler o livro. A história de “Extraordinário” desperta um misto de sentimentos aos quais não conseguimos ficar indiferentes mesmo depois de meses de ter lido o livro. É um livro leve, descontraído, suave, sutil, puro. Ele nos toca fundo, sem ser pesado. Não há como não fazer uma auto-avaliação durante a leitura. Não há como não se encantar com o Auggie. A propósito, depois de conhecer a história de Auggie, ninguém pode ousar julgar o livro menino pela capa cara.



5 inspirações:

  1. Pedro, você colocou um s no final de Extraordinário (:

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  2. Resenha linda Lu!!!

    Eu ainda não li esse livro,mas também adoro livros que tocam profundamente e me emocionam,vou ler esse em breve.

    Bjsss

    Bianca

    ApaixonadasporLivros

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    Respostas
    1. Oi, Bia!

      Obrigada pela visita e pelo comentário! Leia o Extraordinário. Tenho certeza de que vai amar. :)

      Beijocas!
      Lu

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  3. Lu, além de boa escritora, você me saiu uma ótima resenhista, hein? Transmitiu emoção e me deixou com bastante vontade de ler "Extraordinário"...
    E obrigada pelo elogio lá no início do post! ^^
    Pedrito, olha que resenhista maravilhosa você arrumou... Tem que chamar a Lu para postar mais vezes aqui... Aliás, a coluna com indicações dos autores está muito boa!
    Beijos nos dois! ^^

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  4. legal o espaço para outra pessoa resenhar um livro extraordinário - trocadilho infame hehehe
    não conhecia a Lu Pires, mas pelas foto é linda e o principal: escreve super bem.
    a resenha ficou ótima e um dia, certeza, lerei essa obra - talvez pouco antes de ver o filme.

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