[Resenha] Quando Tudo Volta, de John Corey Walley

Quando Tudo Volta é um livro que comecei sem muitas expectativas, justamente para não ter grandes decepções. Como a capa dele remete um pouco à John Green e livros que temos nos apegado ultimamente, eu preferi não esperar nada demais. Na verdade, eu nem mesmo li a sinopse: simplesmente abri o livro na primeira página e segui esse caminho. E não me arrependo. 
Nesse livro conhecemos Cullen, um adolescente que não vê nada demais em sua vida, que não consegue imaginar nada de genial acontecendo em seu futuro, que é meio tímido, trabalha em uma loja onde tem que atender todos que detesta da escola e que adora seu irmão mais novo. Gabriel, seu irmão, é um cara com uma visão da vida super otimista, que sempre vê tudo pelo lado cheio e que sempre está bem humorado. Os dois se dão super bem, e são verdadeiros amigos.


Além de Gabriel, Cullen tem um melhor amigo chamado Lucas, e a amizade deles é uma daquelas verdadeiras e que com certeza vão durar para sempre. E eles são o extremo oposto um do outro: enquanto Cullen é retraído e quieto, Lucas é o cara popular e sempre feliz, que adora fazer os outros sorrirem e é agradável com todos, mesmo que Cullen saiba que sua vida não chega nem perto de ser tão boa quanto ele faz parecer ser.

Eles moram em uma cidadezinha do interior e nada demais acontece por lá, até que um dos moradores diz ter visto uma espécie rara de pica-pau ao redor da cidade. Depois disso tudo se torna uma loucura, e todos ao redor parecem ficar obcecados com aquele pássaro. Estabelecimentos mudam de nome, pessoas passam a amar o bendito pássaro e a cidade começa a ter uma vida que nunca parecera ter antes. E Gabriel desaparece. 



Além disso, tem uma história paralela que acontece durante o livro, que é a de um cara fanático pela sua religião. E acabamos acompanhando a história dele se desenrolar em, o que descobrimos depois, um tempo diferente da história de Cullen. Enquanto ouvimos as histórias de Benton, esse personagem jovem que faz de tudo para orgulhar seu pai e por isso se dedica aos estudos da bíblia como ninguém. Sim, parece não ter nenhum sentido ao lado da história de Cullen, mas isso é a parte mais genial da história: como a história de Benton se une a de Cullen da maneira mais improvavél no fim do livro.


Lembra quando eu falei que Gabriel desaparecia? Imagina como fica a vida de Cullen e sua família quando uma parte tão importante dela deixa de estar presente. Ele não sabe como superar a falta do irmão, como lidar com os pais e como ter esperanças de um futuro melhor e longe daquela cidade pequena que parece não permitir que ninguém saia dali. Se ser adolescente já é dificil nas situações normais, imagina quando não se vê esperança nem tem seu irmão e melhor amigo ao seu lado.



Quando Gabriel desaparece, Cullen fica tentando descobrir motivos e criando teorias para o que aconteceu. E ele começa a fazer isso com tudo ao seu redor. As relações no livro ficam mais intensas, principalmente porque a carga emocional de todos os envolvidos fica muito mais pesada e presente. Eles tem que lidar com uma situação que ninguém deveria lidar na vida. Também fica mais presente o fato dele estar indignado que a cidade inteira esteja dando mais atenção ao aparecimento do bendito pássaro que ao sumiço de seu irmão.

O texto é muitas vezes bem humorado, obviamente um tanto melancólico, e perfeitamente contruído. John soube escrever essa história. Quando terminei o livro minha vontade era de abraçar o autor e dizer "obrigada, cara. Principalmente por escrever uma história despretensiosa e completamente apaixonante". Chega um momento da história em que você começa a ficar ansioso e tenta descobrir o desfecho das duas histórias - de Gabriel e de Benton, e quando isso finalmente acontece você sente a sensação de dever cumprido, gratidão e alegria. Porque, mesmo sendo despretencioso, o livro soube passar sua mensagem e cativar o leitor. De uma forma realmente sensacional.

[Inspire-se] Seja uma voz

      Quando você vê algo errado, e sente que precisa dizer alguma coisa, fazer alguma coisa... Quantas vezes você reprimiu esse sentimento? Quantas vezes você agrediu a si mesmo por medo, por não querer se meter, talvez por duas naturezas lutarem dentro de você: aquela que se importa, e aquela que não dá a mínima. Quantas vezes a indiferença prevaleceu?
      Quando as coisas estão erradas, você precisa falar. Se importar é o primeiro passo para mudar alguma coisa. Se tem algo a ser dito - algo que REALMENTE precisa ser dito - então fale. E se, em algum momento, você presenciar uma situação como essa, não seja aliado(a) do silêncio.  


      A decisão de calar é sua. A consciência também. Não seja cúmplice do bullying. Não seja como eles. Seja como ela. 

[Resenha] As Mentiras de Locke Lamora, de Scott Lynch



      Eu nunca fui do tipo de ter um livro favorito, até conhecer Locke Lamora e sua vida como Nobre Vigarista. Não, ainda não estou pronto para dizer "esse é o meu favorito", mas posso dizer que é uma das histórias mais incríveis que já li. Se algum dia eu cruzar com o autor por aí, vou dar um abraço no sujeito e dizer "Scott Lynch, obrigado, cara! Obrigado!". 



Título: As Mentiras de Locke Lamora
Autor: Scott Lynch
Editora: Arqueiro
463 páginas - 2014

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"Velhos pecados nunca são enterrados tão fundo que não possam tornar a surgir quando menos se espera."

      Locke Lamora era órfão - mãe falecida e pai desaparecido - e aos cinco anos, já se mostrava um prodígio na arte de assaltos teatrais. Quando o Aliciador o encontrou (para ser justo, foi Locke quem o procurou), percebeu que os talentos do garotinho para a vigarice eram selvagens demais para serem controlados, e foi por isso que o vendeu para um padre de araque, o Correntes, conhecido como Sacerdote Cego (tão cego quanto eu, que no máximo tenho uma miopia ali e um estigmatismo aqui). Era no Templo de Perelandro que Correntes criaria os Nobres Vigaristas, ladrões que um dia seriam o pavor para os bolsos dos ricos.
      A cidade onde nos aventuramos é Camorr, um lugar onde a Paz Secreta reina. Segundo esse termo, as gangues de ladrões não poderiam assaltar casacas-amarelas (soldados de alta patente) ou nobres, o que significa que deveriam roubar do povo menos abastardo. Aquele que fosse contra essa lei, pagaria com a própria vida. Capa Barsavi, o homem por trás de todas as cem gangues, prezava sua Paz e assim seria pelos próximos anos... Até que os Nobres Vigaristas finalmente estivessem prontos para zombar de sua lei.
      Locke recebeu os ensinamentos de Correntes, assim como Jean, a jovem e ausente Sabeta e os gêmeos Galdo e Calo (anos depois Pulga, a figura mais irreverente da história!). Cada um com seu talento, foram treinados para assumirem qualquer disfarce, dominarem suas emoções e realizarem verdadeiras encenações.
      Anos depois, Locke seria conhecido como Espinho de Camorr, a assombração que limpava os cofres dos ricos sem deixar pistas. Em meio a tantos envolvimentos, no entanto, o caminho dos Nobres Vigaristas acabou cruzando o do Rei Cinza, um assassino vingativo poderoso o suficiente para armar uma cilada inevitável. Munido de soldados e um Mago-Servidor, Locke passaria pela maior humilhação de toda a sua vida e, a maior perda também. Vingança, então, seria sua meta a partir de então.

"Primeiro as chamas, depois os gritos."
página 304

      Escrito em terceira pessoa, As Mentiras de Locke Lamora alterna os capítulos entre dois momentos: quando Locke era criança e treinado por Correntes; Já grande, após assumir o controle dos Nobres Vigaristas e ganhar a fama de Espinho de Camorr (claro, as autoridades não sabiam que era ele o responsável por perpetuar essa lenda). A ambientação é bem alternativa, cruza com a nossa Era Medieval, quando a fé é movida por dogmas e medo, e as pessoas davam moedas em trocas de bênçãos para si e suas gerações. Claro que, dito isso, não dá pra deixar de mencionar o caractere religioso da história. São doze deuses conhecidos, e um décimo terceiro deus, aquele que convenientemente protege os vigaristas. O elemento fantástico na história é bem diluído, não chega a tomar o foco da trama, sendo mais usado como um complemento pra enriquecer a obra.

      Bem... O que dizer de Scott Lynch que mal conheço e já considero pacas? O sujeito criou não apenas umas das histórias mais extraordinárias que já li, como também os personagens mais carismáticos e apaixonantes, e posso dizer que não foi fácil deixá-los partir com o fim da leitura. Para nossa satisfação - quase um alívio, na verdade - trata-se de uma tetralogia, com três livros já lançados (ainda não aqui em terras tupiniquins) e o último em andamento.
      Lynch me fez sorrir com sua narrativa divertida, ácida, com personagens bem humorados - especialmente Pulga, o mais jovem dos Nobres Vigaristas, com mais ímpeto do que todos eles juntos, inclusive - e Jean, o pergonagem que, na minha opinião, teve o crescimento mais marcante na história, pois de filho gorducho e abobalhado de comerciantes ricos, passou a ser um dos mais peritos na arte da luta, além de ser um matemático nato. Claro que vê-lo órfão não é uma coisa boa, mas não tem como negar que nada nessa história é mais lindo do que a amizade entre Locke e Jean. A maneira como o companheirismo entre os dois surgiu e cresceu foi incrível e muito bem desenvolvida, era como se seus talentos se complementassem aos poucos e, juntos, fossem imbatíveis (pelo menos esperamos que sejam). Claro que os gêmeos Calo e Gardo não são menos incríveis. Na verdade, é melhor colocar todos em um saco e levar pra casa, porque não dá pra escolher um preferido não. Só não espere muito de Sabeta, a vigarista que roubou o coração de Locke e, no entanto, não aparece em nenhum momento, apenas em menções durante diálogos dos personagens. E, vejam só, isso só me deixa mais curioso para a continuação. Não dá pra mensurar a vontade de conhecer a única pessoa que conseguiu roubar do Espinho de Camorr o que parecia ser infurtável.
      Mas deixo avisado: As Mentiras de Locke Lamora não é só sorrisos! Lynch criou uma trama que abraça todos os sentimentos, provoca todas as sensações e, com certeza, nem sempre é coisa boa: da raiva à compaixão, da alegria à tristeza mais desoladora. Não é à toa que os nomes mais expressivos da literatura ficcional da atualidade - Patrick Rothfuss e George R. R. Martin - consideraram essa obra um verdadeiro primor!
      Hã, se eu recomendo? Vou só ali rapidão ver se macaco quer banana e volto já pra responder!
      Leiam, galera! Eu não tô só recomendando, eu tô pedindo!


[Resenha] Colin Fischer, de Ashley Miller & Zack Stentz

      Alô, amigos Inspirados!

      E aí, já leram o livro que marcou seu mês de Abril? Eu já, e é exatamente esse o motivo que me traz aqui, todo satisfeito, para apresentar a vocês mais uma resenha. Quero aproveitar o dia de hoje - DIA INTERNACIONAL DO LIVRO! - pra narrar minha experiência com essa surpreendente leitura. Só adianto que: superou minhas expectativas!



Título: Colin Fischer
Autores: Ashley Edward Miller & Zack Stentz
Editora: Novo Conceito
176 páginas - 2014

      Colin Fischer é um garoto especial: 14 anos, mais inteligente do que a média, hábitos sociais pouco convencionais e uma visão de mundo bastante singular, além de ser naturalmente encantador. Ele tem Síndrome de Asperger, nome dado a transtornos do espectro do autismo, e esse desafio em trabalhar um personagem com essa condição torna a leitura ainda mais incrível. 

Meu nome é Colin Fischer. Tenho 14 anos e peso 55 quilos. Hoje é meu primeiro dia no colegial.
Tenho 1365 dias até o fim.

página 7

      O ano letivo havia começado e Colin estava pronto para anotar em seu Caderno tudo - TUDO - o que via. Dono de uma organização notável, aversão ao toque e memória espantosa, ele sempre tinha consigo cartõezinhos com expressões registradas para se situar em uma conversa, já que não era incapaz de interpretar alguns expressões faciais devido à sua condição. Infelizmente isso só servia para alimentar o preconceito dos colegas e fornecer a eles munição suficiente para encarar o garoto como "retardado". Alguns conseguiam ser bem enfáticos quando se tratava de perturbá-lo. Bem enfáticos mesmo
      Wayne Conelly era o que podemos chamar de "valentão". O jovem Colin passou por alguns perrengues quando precisava lidar com o garoto corpulento que insistia em atormentar o Jardineira - assim apelidado o nosso protagonista pelos amigos mais "simpáticos" da escola.
      E, se nesse momento, você esperava que a história abordaria a vida de um garoto especial tentando ser aceito como normal, aí é que você se engana. Nosso queridón só queria descobrir quem era o responsável por levar uma arma e dispará-la no recreio, exatamente quando Melissa - a provável paixonite de Colin - e suas amigas faziam uma festinha. Colin sabia que Wayne era inocente, e estava disposto a provar. E não se engane, nessas 176 páginas tem mais história do que muito calhamaço por aí.


      Colin Fischer é uma obra escrita em co-autoria e, pra mim, isso funcionou perfeitamente bem. Os autores souberam introduzir com delicadeza um personagem com Asperger na trama, não com a intenção de torná-lo verossímil, mas sim com o intuito de criar um protagonista/herói diferente do que se vê tradicionalmente, ou seja: não é uma história sobre espectro do autismo, e sim um herói que se faz notável por não ser como a maioria das pessoas, da maneira mais real possível. A leitura, além de ser rápida e fluida, tem uma imersão excelente, nos faz gostar de alguns personagens e odiar outros (e temer alguns também).
      Os capítulos são muito bem organizados, cada um começando com um pequeno trecho em primeira pessoa, sob a ótica do nosso protagonista, enquanto o restante da história segue em terceira pessoa. Essa estrutura caiu como uma luva para o que os autores se propunham a fazer, e por ser uma obra pequena, foi feita na medida certa sem deixar surgir pontas soltas ou inserir dramas adolescentes demais. E podem ficar tranquilo, não dá pra se cansar de ler, mas dá pra se chatear por ter terminado tão rápido!
      Mas o ápice da história ainda não foi dito. Mesmo que o livro seja destinado especialmente ao público infanto-juvenil, existem pontos bastante impactantes que, ao meu ver, foram usados antes como injeção de realidade, e não como manobra técnica dos autores para chocar o leitor. Por exemplo, não é abordado apenas a doença do jovem Colin, como também o fato de que, às vezes, as pessoas são más, simplesmente, sem que precise haver um motivo para isso - podemos dizer se tratar de uma introdução a um outro "distúrbio": a sociopatia. A narrativa ao final da história dá um tom bastante triste e obscuro, quase amedrontador, não do tipo "filme de terror", mas do tipo que nos faz temer a segurança do protagonista. Um pouco e ação, muito de construção de amizades, bastante sobre reflexão, são alguns dos diversos elementos que se pode encontrar em apenas 176 páginas!



       Colin Fischer me ajudou a sair de uma zica de leitura, 'tava difícil encontrar aquele livro que me fizesse perder uma noite de sono para ler. Vale muito a pena, sugiro pra quem curte o gênero, e pra quem não gosta, é uma ótima maneira de ampliar os horizontes!

      Tenham uma ótima leitura! Fiquem na Paz!  

[Filme] Como Treinar o Seu Dragão 2



Alô, amigos Inspirados!

      Quem aí curte a série de livros Como Treinar o Seu Dragão deve ter dado uma paradinha na leitura para ver o filme de mesmo nome. Pois é, então se você, assim como eu, curtiu o filme, prepare-se para o segundo filme! Sim! Vamos acompanhar Banguela e Soluço em mais uma aventura draconiana! Aqui estão os 5 primeiros minutos do filme, com direito a esportividade e uma trilha sonora sensacional! 

THIS IS AMAZING!




Comece a estourar a pipoca, e se prepare para uma das mais lindas animações de todos os tempos!

[Novidade!] Novo Conceito com uma super-promessa!



Alô, amigos Inspirados!

      Imagine um mundo onde Cassandra Clare (autora da série Os Instrumentos Mortais) e Holly Black (autora da série As Crônicas de Spiderwick) se unam para criar uma história épica. Agora, imagine você, que esse mundo existe e você está nele! Sim! Clare e Black colocaram a mão na massa para dar luz, juntas, a uma série infanto-juvenil, MAGISTERIUM, que conta com cinco volumes! O selo #Irado da Novo Conceito já está se programando para lançar o livro aqui no Brasil! Detalhe: ainda esse ano!
 

[Resenha] Primeiro amor - James Patterson


James Patterson tem sido uma paixão na minha vida literária há relativamente pouco tempo. O primeiro livro dele que li foi em novembro do ano passado, mas desde então tenho me sentido cada vez mais apaixonada por seus livros (salvo Bruxos e Bruxas, mas isso é outra história). Por saber que sou uma louca por romances, Pedro me recomendou Diário de Suzana para Nicolas, e me apaixonei ainda mais, mais do que imaginava que conseguiria lendo os livros policiais do James. Então, quando a Novo Conceito anunciou que publicaria Primeiro Amor, eu basicamente entrei em combustão expontânea. E aqui estou eu hoje, quase uma semana depois de terminar o livro, ainda apaixonada e ainda tentando encontrar as palavras certas para descrever mais uma experiência sensacional com um dos romances de Patterson.


Essa é a história de Axi e Robinson. Axi é uma menina que todos considerariam a "certinha", quase careta de uma turma. Sempre com conceitos impecáveis, presente em todas as aulas, nunca se metendo em encrencas. Robinson parece ser o extremo oposto. Não frequenta mais as aulas, sempre vivendo no limite, sempre com alguma coisa na ponta da língua. Eles são melhores amigos e compartilham absolutamente tudo um com o outro. E, por mais que sejam diferentes, juntos eles conseguem fazer qualquer coisa. Por isso que, quando em um dia que parecia normal Axi decide que vai viajar sem destino, ela convida Robinson para ir com ela. E obviamente ele aceita.

Bem, Axi gostaria que sua vida fosse como nos romances que ela lê, e que leitor no mundo poderia culpá-la? Ainda mais quando se sabe tudo que a menina passou até chegar até ali. Perdeu sua irmã mais nova para o câncer, foi abandonada pela mãe depois disso e era obrigada a conviver com um pai alcoólatra que quase nunca percebia sua presença. Entediada com a vida que levava, pensando em como sua mãe a abandonara e que merecia ter sua chance de ver o mundo além das fronteiras de sua cidade, ela embarca em uma aventura - de verdade - ao lado de Robinson, que por sua vez entra de cabeça nos planos de Axi, sem nem questionar o porque daquilo tudo.


Juntos, eles começam a viajar pelos Estados Unidos. Para isso, eles roubam um carro (Robinson é a definição de rebelde sem causa) e começamos a presenciar a amizade deles e como eles lidam com tudo aquilo: a adolescência, a fuga, a liberdade e a realidade. Robinson é um amante da boa música, e tudo que faz tem relação com alguma canção que ele conhece, o que ajuda a narrativa a ficar divertida. Axi não sabe se conseguirá se declarar para Robinson algum dia. E ele também não imagina que vá conseguir fazer isso, porque tem medo de perder a amizade (ah, esse eterno dilema pelo qual todos passamos tentando descobrir se o ser amado sente a mesma coisa em relação a nós mesmos). Mas a história do livro vai muito mais além desse primeiro amor, da descoberta dele e das suas reações.



O livro é dividido em duas partes, e essas partes fazem os seus sentimentos pelo livro mudarem completamente assim que divididas. A primeira parte mostra uma leveza deliciosa, uma liberdade que todos nós desejamos ardentemente experimentar algum dia. Viajar sem destino, parar em uma praia no meio da noite, comer em paradas estranhas na beira da estrada, conhecer coisas típicas de cidades de interior. Na primeira parte também somos apresentados à química que só melhores amigos conseguem ter, de saberem o que o outro precisa sem perguntar, de irritar ao outro para passar o tempo, de fazer piadas sem graça sem medo de ser reprimido. E a tensão normal de ser gostar de alguém que se gosta demais, pelo menos mais do que se gostaria dos outros amigos. 


E aí chega a parte dois, e eu já te aviso, querido leitor: ela é arrebatadora. Ela vem apresentando verdades que você nem imaginaria serem possíveis, e tudo se desenrola numa velocidade que você - e seu coração e sua mente - provavelmente não estavam preparados para receber. E aí você começa a pesar os prós e contras de tudo aquilo, e a imaginar que a vida é injusta e linda ao mesmo tempo, e que você queria poder mudar aquele destino mesmo que ele tenha sido bonito - e doloroso, e cruel e real. E aí você acaba o livro e fica imaginando como não leu aquilo antes. E como você se sente feliz por tê-lo feito agora. Foi baseado em uma experiência real do James, e por isso eu acho que acabei ainda mais apaixonada. Umas das histórias mais fofas/lindas/incríveis que li, e que agora fica no topo da minha lista de preferidos. 



[Resenha] Azul da Cor do Mar, de Marina Carvalho



Depois que a princesinha do Brasil invadiu as estantes do país , Marina Carvalho decidiu que era hora de apresentar mais uma de suas criações, num cenário inteiramente verde-e-amarelo e com muita personalidade do nossa pátria amada! Vamos conhecer Azul da Cor do Mar, mais um lançamento da Novo Conceito!




Título: Azul da Cor do Mar
Autora: Marina Carvalho
Editora: Novo Conceito
334 páginas - 2014

     Rafaela é estudante de Jornalismo em BH e, sempre movida por sua curiosidade, levou-a direto para o jornalismo investigativo. Aluna exemplar e dona de um carisma natural, Rafa acabou ganhando a afeição de uma professora, o que lhe rendeu um estágio no conceituado jornal mineiro Folha de Minas.
      Mas não pense que nossa protagonista era movida pelo frenesi de sua vocação. Ela tinha uma bagagem que carregou durante muito tempo: na sua infância, passava tempos e tempos admirando um garoto na praia de Iriri, dono de uma mochila xadrez e um mistério com o qual ela sempre foi obcecada. Os anos se passaram, mas o menino da mochila povoava seus pensamentos, mesmo durante a faculdade.

"Mas o garoto estava se aproximando. Ele, seus olhos azuis e seus mistérios."Página 23

      Anos depois, adulta e independente, ela estava pronta para conhecer, de fato, o universo do jornalismo. Mas o que ela não esperava era que dois pares - sim, dois PARES - de olhos azuis surgiriam em sua vida. Primeiro, o sujeito do gabinete ao lado, o jovem Marcelo cheio de simpatia e com claras segundas intenções, embora Rafa não soubesse ao certo se seria uma boa ceder às paqueras do colega de trabalho. Por outro lado, tinha o Bernardo, seu tutor no estágio, um sujeito que, quando não estava fazendo da vida de Rafa um inferno, estava sendo curiosamente gentil. Essa relação de atrito entre os dois não promete menos do que uma centelha de um romance! Mas qual ela vai escolher, aí só lendo mesmo.
     O quê? Acha que acabou? E se eu te dissesse que ainda temos envolvimento de tráfico de drogas, uma difícil relação entre Rafa e sua grande amiga, além de uma dose de melancolia e muito acesso de raiva infantil por parte de nossa protagonista. Pois é, Rafaela consegue ser tão real quanto é possível ser, sem aquela perfeição inalcançável dos romances que normalmente vemos por aí! Azul da Cor do Mar é um livro com a promessa de que Marina Carvalho sabe, sim, obrigado, criar um romance capaz de encher de lágrimas e risos os corações das românticas incorrigíveis!



     Quando li Simplesmente Ana, primeiro livro da autora publicado pela Novo Conceito, percebi que ela tinha uma atributo pouco frequente em obras nacionais contemporâneas: a essência tirada de terras tupiniquins! Os diálogos não são afetados, as "forças de expressão" e os "ditos populares" infestam as páginas, tornando tudo tão brasileiro e - olha que legal! - tão mineiro, que é impossível não querer comer um queijinho com café enquanto acompanha as atribulações da Rafa. Escrito em primeira pessoa, Azul da Cor do Mar nos mostra a perspectiva de uma jovem universitária como qualquer outra, mas protagonista, não só da sua vida, como da vida de muitos. 
      Mesmo eu, um náufrago literário quando se trata de mergulhar em águas desconhecidas do chick-lit, não posso negar o carisma que a história nos revela. Cada personagem tem um traço que o torna verossímil e muito próximo da nossa realidade. E o cenário, então?! Eu, que morei em Minas Gerais quase a minha vida inteira, preciso dizer que a ambientação está impecável, quase dá pra ver minha linda Belo Horizonte ao fundo, permeando as páginas enquanto lemos.  
       A organização dos capítulos também foi muito bem feita, com traços ilustrativos minimalistas, mas muito expressivos, além de trechos do Manual de Redação da Folha de S. Paulo presentes no início de cada capítulo pra dar mais personalidade à história. Ao longo da leitura temos também algumas músicas nacionais, como Paula Fernandez, compondo a trilha sonora desse romance azul. Mais azul até do que os olhos do menino, aquele da mochila xadrez. Não conhece? Pois é, pra conhecer, vai ter que fazer como eu: entrar na cabeça da Rafa e descobrir o que ela guarda naquele coraçãozinho bravio e igualmente medroso, tão maduro quanto infantil. 


[Resenha] Uma Carta de Amor - Nicholas Sparks



Todo mundo sabe que Nicholas Sparks é paixão minha. Paixão do nível arrastar amigo pra Bienal pra correr atrás dele por você (eternamente grata a você por isso, Pedro!). Conhece-lo (ao Nicholas, não ao Pedro) foi uma das melhores coisas de 2013 - tá, te conhecer também foi, Pedro - e eu não podia estar mais contente como tiete leitora. Quando anunciaram que seria feita uma nova edição de Uma Carta de Amor, um dos primeiros livros do Nicholas, mal pude me conter. Daí perturbei a vida do Pedro até ele pedir - e depois até o livro chegar nas minhas mãos. E, olha, valeu a pena.


A história é bem criativa. Tipo, muito criativa mesmo. Tudo começa quando Theresa, uma jornalista do jornal Chigago Tribune, encontra uma garrafa na beira da praia enquanto caminhava em suas férias. Dentro da garrafa ela encontra, nada mais nada menos, que uma carta de amor. Depois de ler - e se emocionar com a carta - ela mostra para sua amiga e chefe, e essa diz que ela devia publicar a carta em sua coluna de domingo, porque outras pessoas mereciam ler também. Depois de muito pensar, Theresa decide colocar a carta em sua coluna, ocultando os nomes que aparecem com as iniciais.


Alguns dias depois ela estava atolada em cartas e telefonemas de leitores que se identificaram e amaram o que leram. E uma das leitoras estava sendo particularmente incoveniente, ligando toda hora para tentar falar com ela. Quando finalemente atende a leitora insistente, Theresa descobre que sua carta não era a única. Que Garret já escrevera outra carta à Catherine. E, aos poucos, ela vai tentando descobrir ainda mais sobre esse misterioso romântico sofredor. E, depois de alguns telefonemas e algumas idas à biblioteca - era 1996, gente, e a internet ainda nem era tão incrível quanto hoje - ela descobre o paradeiro de Garret, que Catherine era sua esposa que faleceu, e decide procurá-lo.


Só que. quando finalmente fica cara a cara com Garret, ela não sabe o que dizer. Afinal, "oi, achei uma carta sua para sua esposa falecida e quis saber mais de você" não é exatamente a melhor forma de conhecer alguém. E, assim que o viu, Theresa sentiu um tipo de atração que nunca na verdade sentira antes. E antes que percebesse, ela tinha o conhecido melhor do que esperava, e a razão pela qual estava ali já não era a coisa mais importante. Por outro lado, Garret também ficou pasmo ao conhecer Theresa. Desde que sua esposa morrera, 3 anos antes, que ele não se sentia daquela maneira. E alguém que chame sua atenção parecia algo inexistente até então.


A partir dalí os dois começam a ter uma relação cada vez mais intima. Enquanto Theresa estava por perto, eles dois não se desgrudavam. E quando ela voltou para Boston eles fizeram de tudo para manter vivo o relacionamento improvável e maravilhoso dos dois. Mas ainda existiam muitas coisas não ditas entre eles, e passar por essas coisas seria como driblar alguns obstáculos. A história continua a partir daqui numa trilha sinuosa e viciante, e que acaba num final surpreendente. Como sempre, Nicholas sabe construir personagens fortes, mesmo que eles se tornem frágeis em meio às suas dores. Mas seus personagens sempre tem personalidades bem definidas, e são muito bem construídos. Uma daquelas histórias que a gente precisa ler de vez em quando, pra suspirar e pensar bem do amor.


Existe um filme dessa história, de 1999, estrelado por Kevin Costner e Robin Wrigth. Eu nunca consegui assistir, mas me disseram que vale conferir!


[Dicas de Leituras] - Leia Mais Fantasias!

Alô, amigos Inspirados!

     Que tal viver um mundo completamente novo, com criaturas mágicas, cavaleiros em suas montarias, castelos, princesas, magos, velhos sábios... Imagina tudo isso! Agora, imagina só que isso é possível! É só procurar nos livros, tá tudo lá!
     Pensando nisso, decidi fazer uma lista com os meus 5 livros de Fantasia preferidos. Se você curte uma boa Literatura Fantástica, então vai se amarrar na listinha que eu preparei!

Dragões de Éter, de Raphael Draccon

     Começamos a lista com um dos melhores representantes da Lit-Fan brasileira do momento. Dragões de Éter, escrita por Raphael Draccon, é uma trilogia sobre as fantasias dos irmãos Grimm, mas numa releitura inédita e sensacional, com direito a romances de cavalaria, duelos contra ogros, anões, fadas, bruxas e a terrível aparição de Banshee, a bruxa que trás maus presságios e precede à morte. Temos Ariana, a jovem do capuz vermelho, os irmãos João e Maria, além de um príncipe honesto que luta pelo seu povo. Com várias referências a bandas, jogos e cenários épicos, essa trilogia tem tanto poder de encantá-lo quanto o próprio eter!




O Nome do Vento, de Patrick Rothfuss


     Eu não quero me estender muito falando desse livro, porque sou suspeito pra falar. Kvothe, o protagonista da Trilogia do Matador do Rei, é um dos personagens mais incríveis que já conheci nessas minhas andanças pelo mundo fantástico, e duvido muito encontrar alguém tão espirituoso quanto ele. Se você gosta ambientação medieval alternativa, e se curte a boa e velha jornada no estilo RPG, manjadão mas muito envolvente, então O Nome do Vento é o escolhido!  

O Encantador de Flechas, de Renan Carvalho

      A gente sabe que o mercado literário brasileiro importa muita lit-fan de qualidade dos gringos, mas essa obra de mais um escritor nacional mostra que estamos mais do que prontos para alavancarmos nossa própria literatura fantástica! A saga Supernova, por Renan Carvalho, tem um enredo muito promissor e personagens cheios de simpatia. Através da manipulação de elementos, nossos heróis entrarão em uma batalha sangrenta contra os silenciadores e a opressão que gira em torno da cidade de Acigam.  





A Guerra dos Tronos, de George R. R. Martin



      Eu sinceramente não sei o que comentar sobre esse livro. Embora eu tenha lido só o primeiro volume da saga Crônicas de Gelo e Fogo (estou na metade do segundo livro \o) posso dizer que nunca se viu nada como isso. Pelo menos não a nossa geração. A leitura é pesada, não leia esse livro se quer se livrar de problemas, porque provavelmente você terá muitos. E não se esqueça do conselho que, implicitamente, George R. R. Martin nos deixa: não se apegue a ninguém. 




Mago, de Raymond E. Feist. 

     Uma das grandes promessas da editora Saída de Emergência se cumpriu. Pug, o nosso protagonista, ganha a simpatia do leitor no primeiro instante, especialmente quando descobrimos que um simples ajudante de cozinheiro tem um talento latente para a magia. A saga Mago conta com quatro livros, dois lançados no Brasil - "Aprendiz" e "Mestre". As surpresas são muitas, e o crescimento de cada personagem é surpreendente. Vale a pena, mesmo!

[Inspire-se] Não é só a música. São as pessoas.


     Não é incrível quando você pega o metrô e umas pessoas começam a tocar uns instrumentos assim do nada? Quem nunca?
    É... Infelizmente, nem sempre. Mas dá pra se ter uma boa ideia de como a música pode mudar o seu humor depois de um dia que tinha tudo para ser um grande desastre. O mais interessante, porém, é ver que, por trás das notas, existem... Pessoas. Isso mesmo. Não é só o fato de uma viagem de metrô ao som de violinos. Uma caixa de som não teria o mesmo efeito. São as pessoas. Elas podem fazer a diferença!
 




      E aí, você já fez a diferença hoje? Não se preocupe, sempre há tempo =)
Fiquem na Paz!


[Inspire-se] Não desperdice jujubas

     Um doce nunca pareceu tão amargo depois desse vídeo. Não, talvez não amargo. Mas com certeza não era só açúcar. Era o tempo rugindo. 

     Se pegarmos a média de nossos dias de vida e comparar cada dia com uma jujuba, teríamos 28.835 jujubas. Tem as verdes, as amarelas, as vermelhas, alaranjadas... E tem aquelas que já foram. Quantas jujubas ainda te restam no pacote?


     O vídeo nos traz justamente esse tipo de reflexão. Não sei de onde surgiu a ideia genial, mas talvez o fato de fazer essa conexão entre o medo da aproximação da morte com um simples doce amado por todos tenha sido o que mais impactou nessa mensagem. 
     Minha mãe disse, uma vez, que é muito feio desperdiçar comida. Quem diria que aquela citação da minha infância teria tanto significado assim. Não desperdice suas jujubas. Saboreie cada uma. Lembre-se, você pode não gostar daquela verde meio azedinha. Mas sempre tem uma de morango no fundo, esperando por você. 
      A vida é doce demais pra ser desperdiçada. 
 
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