[Resenha] - Na Companhia das Estrelas, de Peter Heller

     Imagine um enredo pós-apocalíptico provocado por um vírus que arrasou quase toda a humanidade. Imaginou? Pensou nessas histórias que estão fazendo sucesso hoje em dia? Beleza, agora desconstrói tudo isso que você imaginou e vamos começar do zero. Sim, porque Na Companhia das Estrelas é uma história completamente diferente das muitas que lemos por aí. Bora embarcar na Fera e sobrevoar os ares dessa história indie cheia de emoção!



Título: Na Companhia das Estrelas
Autor: Peter Heller
Editora: Novo Conceito
405 páginas


     Hig e seu cão, Jasper, tentam sobreviver à completa solidão que assolou o mundo depois do vírus que matou a todos, quase como uma nova Peste Negra. O homem passa seus dias solitários sobrevoando as redondezas de seu "lar" com seu modesto avião batizado de Fera. Mas esses não são suas únicas companhias. Bangley, um velho de caráter sombrio, fecha o seu círculo de amizades, sua família pós-apocalíptica. A vida, a princípio se resume a manter as provisões necessárias e uma conversa aqui e ali, apenas para manter a sanidade. 
     Hig, com o tempo, passou assumir mais riscos, ser menos cuidadoso - o motivo das brigas entre ele e Bangley. Apesar disso, e mesmo que eles não admitissem, formavam um time e tanto, sobrevivendo sozinhos contra as gangues, os poucos imunes que sobreviveram à doença. E um pouco de complicação vez ou outra acabava ajudando. Impedia Hig de pensar demais em como sua esposa morreu.  
     Mas, como toda boa parceria, sempre tem um fim ou um "até breve". Hig teve sua cota de despedidas, especialmente quando decidiu deixar Bangley por algum tempo, prometendo, sem certeza alguma, voltar um dia pra casa. 

     A história elaborada por Peter Heller não traz, em si, uma trama muito complexa. Dá pra resumir tudo nas andanças sem rumo de um sujeito com passado e sem futuro, apenas esperando uma resolução pra sua vida. E é justamente essa atmosfera que torna a história tão realista, sem nenhuma pretensão em achar uma cura, tentar restabelecer algum governo, sem aquela esperança de que, no futuro, o mundo será o mesmo... Nada disso, o mundo simplesmente caiu, e agora os imunes à doença precisam sobreviver. E é justamente isso que é tão legal no livro! A falta de um enredo cheio de tramas, a aleatoriedade de acontecimentos... 
     Aleatoriedade, aliás, é o que define essa narrativa. Em primeira pessoa, entramos no mundo de Hig e entendemos toda a sua vida, desde jovem até sua atuação situação. O autor deixa transparecer, em alguns instantes, a falha na sanidade do narrador, quando Hig conta, entre um caso e outro, lembranças do seu passado, uma espécie de fuga da realidade adotada por ele. E essa franqueza, sua capacidade em se abrir com o leitor tão facilmente, é o que torna o protagonista tão cativante. Inclusive, personagem com profundidade é o que não falta nessa história. Até mesmo Jasper, o cão amigo, tem lá sua humanização (bem moderada, mas tem sim). 
     Mas aviso de antemão, a narrativa é bem diferente, pouco tradicional. Ele aprofunda bastante nas sensações, nos sentimentos e lembranças, e os diálogos são indiretos, narrados pelo próprio Hig. Mas isso não restringe o leitor de "ler" um personagem como ele é, sua personalidade, seu modo de agir... Infelizmente o livro não me ganhou por completo, por causa de alguns trechos que chegam a ser bem maçantes e, por vezes, você prefere correr os olhos com pressa só pra passar aquela 'cena'. 
     Uma leitura bem diferente, mas seletiva. Não é todo mundo que vai curtir, mas vale a pena conferir. Afinal, você não vai saber enquanto não começar.

      Uma excelente leitura a todos! Fiquem na Paz! 

2 inspirações:

  1. Oi Pedro,
    Tive um amigo que leu e gostou muito, fiquei preocupada com as partes maçantes agora..sahusha...mas vou ler sim, para tirar minhas próprias impressões.

    Boas leituras e que a próxima te conquiste!!

    Beijoaks elis!!
    http://amagiareal.blogspot.com.br/

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  2. Oi Pedro!

    Tentei já por duas vezes a obra, a sinopse é legal tem uma ideia espetacular, mas.... muito maçante, monótono e "sem graça" não consegui passar do primeiro capítulo embora seja "simples" achei uma leitura pesada do tipo quanto mais você lê dá a impressão de não ter avançado nada, além da confusão que causa. Quero muito terminá-lo só não sei quando :(

    Abs

    http://tediosoc.blogspot.com

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Base feita por Adália Sá | Editado por Luara Cardoso | Não retire os créditos