[Resenha] Adeus à Inocência, de Drusilla Campbell

     Algumas histórias se cruzam de um jeito inexplicável, e quando se entrelaçam, fica difícil acreditar se tratar de uma simples obra do acaso. O problema é que, para darmos as mãos a algo novo, precisamos desatar o elo com coisas antigas. Quando essa coisa antiga é a inocência, o que podemos esperar do novo?





Título: Adeus à Inocência
Autora: Drusilla Campbell
Editora: Novo Conceito
270 páginas
2013

     Duas vidas nunca pareceram tão distantes quanto as de Django e Madora. Um tinha tudo e ninguém, a outra não tinha nada e alguém. E, num desencontro marcado pelo destino, eles se esbarrariam longe de suas casas, longe de seus planos.

     Madora nunca fora dona de si mesma, precisava encostar-se em uma personalidade forte, gostava de viver na sombra de alguém que pudesse liderá-la, e ela se sentia bem com isso. Aos 17 anos conheceu Willis, o sujeito por quem se apaixonou e acreditou ser a sombra acolhedora que lideraria sua vida para sempre. Mas ao longo dos anos Willis se revelou uma pessoa instável e intimidadora, capaz de domá-la e mesmo fazê-la acreditar estar errada simplesmente por querer pensar por si mesma. Acompanhada por seu amigo pit bull Foo, babá de uma garota de 16 anos que era mantida cativa dentro de um trailer, Madora começou a perceber que sua vida não estava certa.
     Django, por outro lado, era o oposto. Ele ainda era apenas um garoto, mas sua personalidade era tão sólida quanto pedra. Sua vida como filho de estrelas do Rock nunca foi um problema, pelo contrário. Mas um acidente de carro tornou o menino órfão e, com sua nova condição, sua vida mudou absurdamente. Morar com a tia deu a ele uma nova perspectiva.
     Foi por acaso que os caminhos de Django e Madora se cruzaram. A partir daí, uma amizade estranha ente eles iria se tornar um problema e uma solução. Afinal, eles tinham algo em comum: estavam em inércia, suas vidas haviam estacionado numa grande questão, e caberia a eles traçarem uma jornada pelo deserto metafórico dentro deles mesmos, até que pudessem encontrar um oásis, onde pudessem encontrar de novo um motivo para viver.

      Escrito em terceira pessoa, Adeus à Inocência é um livro sobre duas personalidade diferentes que, de um jeito ou de outro, viviam presos em si mesmos, enquanto Madora não conseguia sair de si mesma, Django não era capaz de deixar ninguém entrar. Mas conhecer um ao outro foi a solução, e a narrativa mostra, de forma simples, porém densa, como esse encontro aconteceu.
     As personagens são muito bem elaboradas, alguns são facilmente odiados, outros são dignos de pena ou ganham nosso carisma logo na primeira página. O problema mesmo é ter paciência para acompanhá-los ao longo dessa jornada. A leitura não foi uma das melhores que tive ao longo do ano, mesmo sendo um livro pequeno e de leitura fácil, o ritmo é cansativo um bocado de vezes, chega a ser monótono em algumas partes. É o tipo de livro que pede por um momento específico da vida do leitor, não é uma leitura para todas as horas.
     No fim das contas, posso dizer que o livro teve um começo muito bom, capaz de criar um ambiente onde o leitor se interessa pelas personagens, mas no meio do livro as coisas não ficaram assim tão boas. Apesar disso, o final é surpreendente, não pelo fim em si (acredito que seja algo meio previsível), e sim os detalhes que fizeram esse desfecho ser tão original.

    Boa leitura, fiquem na Paz! =) 

1 inspirações:

  1. Oi adorei sua resenha!.. muito obrigado, me fez se interessar pelo livro....mas vc já leu o livro reverso escrito pelo autor Darlei... se trata de um livro arrebatador...ele coloca em cheque os maiores dogmas religiosos de todos os tempos.....e ainda inverte de forma brutal as teorias cientificas usando dilemas fantásticos; Além de revelar verdades sobre Jesus jamais mencionados na história.....acesse o link da livraria cultura e digite reverso...a capa do livro é linda ela traz o universo de fundo..abraços. www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?

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Base feita por Adália Sá | Editado por Luara Cardoso | Não retire os créditos