[Resenha] A Rosa da Meia-Noite, de Lucinda Riley



     Lucinda Riley sabe como contar uma história. Em um ano, li quatro livros da autora - e tive o prazer de conhece-la. Os quatro livros foram, para mim, pequenos tesouros que eu esperava ansiosamente ter nas minhas mãos. Porque, depois de quatro livros sensacionais, Lucinda Riley estampado na capa agora significa a garantia de uma história bem contada, uma companhia para alguns dias felizes.


     Para quem não sabe, as historias de Lucinda são sempre ambientadas no presente e no passado. Normalmente, cada uma dessas histórias se passa em um lugar diferente - que depois terá alguma ligação com o outro lugar. Dessa vez, os dois cenários escolhidos foram o interior da Inglaterra e a Índia. Mas nesse livro, mais que nos anteriores, os dois cenários foram vistos tanto no passado quanto no futuro. Ainda assim, a maior parte do "presente" se passa na Inglaterra, enquanto o passado fica equilibrado em momentos indianos e momentos ingleses. Tudo isso para contar uma história de amor que passa por gerações até que possa, finalmente, terminar de ser contada.


     O livro inicia com um prólogo de Anahita, quando essa estava completando mais um aniversário - o centésimo. Nesse dia, ela confia a um de seus netos - Ari - a história de sua vida - e de seu filho perdido tantos anos atrás. Ela pede para que o neto um dia tente descobrir o paradeiro dessa criança que, anos atrás, foi dada como morta, mas que ela sabia que permanecia viva. Sem considerar muito o que sua avó disse, Ari deixa as centenas de páginas escritas por sua avó em uma gaveta da sua escrivaninha por quase dez anos antes de pesquisar o paradeiro dessa criança - e mergulhar na história de seus antepassados.


     Para pesquisar, Ari vai para a fonte principal de informações: a propriedade dos Astbury, no interior da Inglaterra. Quando lá ele chega, descobre que o lugar é, temporariamente, o cenário de um filme que está sendo gravado na propriedade. E descobre também que extrair informações dos empregados - ou do Lorde Astbury, vai ser mais difícil do que imaginava. Mas, ao mesmo tempo, ele conhece Rebecca, uma atriz norte-americana que estava no auge de sua carreira - não que ele soubesse disso, nunca fora ligado à televisão - e que está passando por alguns momentos ruins em sua vida pessoal. Mas ela parece ter um acesso um pouco maior ao dono da casa, além de ser ótima companhia. Assim, ele permite que ela leia as anotações de sua avó e, juntos, eles tentam descobrir o que acontecera  naquela propriedade quase um século antes.


     O livro é narrado, na parte do passado, por Anahita, que conta a sua trajetória desde pequena, quando ainda vivia na Índia com seus pais, até quando ela foi para Inglaterra, e todos os momentos entre sua infância e o dia em que sua vida parecia perder o sentido - quando perdeu seu filho e seu grande amor. Assim, temos um gostinho da vida nos palácios da Índia, dos costumes da Índia do século passado e também dos costumes da Inglaterra de tanto tempo atrás.


     É inevitável se pegar viciado no livro. Lucinda faz um trabalho de pesquisa incrível para cada livro, o que faz com que o leitor realmente se sinta parte da história, e consiga imaginar como as coisas parecem, como o lugar aparenta, como os personagens realmente se sentem. Viajar pela Índia e pela Inglaterra nas páginas de Lucinda nos faz querer poder voltar no tempo e estar com os personagens enquanto eles vivem tudo aquilo. É uma história linda, sobre amor sem preconceitos, sobre o julgo de uma sociedade marcada pelo estigma social, sobre acreditar em mais do que se pode ver e sobre a fé. Uma história que permanece na memória do leitor até muito depois da última página do livro.

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Base feita por Adália Sá | Editado por Luara Cardoso | Não retire os créditos