O livro da vez é A Lista do Nunca, de Koethi Zan. Já começo a resenha avisando: é um livro sensacional! Pensa em um suspense enorme que te faz querer cada página do livro sem nenhuma interrupção. É isso que acontece enquanto você lê esse thriller absurdamente envolvente.
O livro conta a história de Sarah e
Jennifer, duas amigas que acabaram criando um hábito quando ainda eram bem
novas: elas pensam em todas as maneiras existentes para evitar situações de
perigo. Isso começou quando as duas meninas sofreram, juntas, um acidente
trágico logo no início da adolescência. Como uma maneira de se prevenirem de
outra experiência traumática, elas começam a escrever diversos tipos de
situações: as formas mais comum de morte, a probabilidade de um acidente diferente
acontecer (como, por exemplo, morrer porque um meteoro caiu do céu e as
atingiram)… Só que, enquanto elas pesquisavam esses dados, elas se depararam
com outras formas mais realistas e muito mais comuns do que elas imaginavam.
Estupros, roubo, sequestros… Todas essas circunstâncias as fizeram procurar
maneiras de evitar isso. Assim, elas acabam criando A Lista do Nunca: uma lista
de regras a serem seguidas SEMPRE.
Assim, as duas meninas crescem se
cercando dessas formas de escape e de prevenção na tentativa de não serem
vítimas novamente. Até mesmo quando fazem 18 anos e, juntas, vão para a
faculdade, elas não abrem mão de seus hábitos: verificar as fechaduras duas
vezes, carregar o spray de pimenta na bolsa, evitar lugares desertos. Assim, de
alguma forma, em companhia uma da outra e com suas técnicas de segurança, elas
acabam por se sentir mais seguras. Só que, um dia, quando decidem ir pra uma
festa da faculdade, o menos provável acontece: Sarah e Jennifer são
sequestradas. E a partir daí elas vão viver um inferno que parece não ter fim.
A narrativa do livro é feita em primeira pessoa, e é na perspectiva de Sarah. O livro, na verdade, se passa dez anos depois de Sarah sair do cativeiro em que ficou por três anos. Ela agora é uma adulta, mas tem sua vida marcada pelos anos que passou trancafiada no porão de um louco. Ainda com suas manias, que agora ficam bem mais próximas de uma paranoia, Sarah se vê na pior das situações quando menos espera: seu sequestrador está prestes a ser liberto, uma vez que cumpriu dez anos com comportamento exemplar na prisão. O que ela menos quer é que o maníaco que a sequestro e torturou seja solto. Por isso, ela decide encontrar uma maneira de fazer com que ele pague pelo seu crime para sempre. Só que, para isso, ela vai precisar da ajuda de Tracy e Caroline, outras duas mulheres que foram sequestradas por Jack e viveram o mesmo inferno no porão. O problema é que nenhuma das duas quer se envolver nesse caso novamente. De uma maneira não convencional, as três acabam tendo uma certa segurança agora que estão fora de cativeiro, e suas duas “companheiras” dos dias sombrios no porão não querem arriscar isso. Vocês perceberam que Jennifer para de ser citada a partir do momento em que comecei a falar sobre o sequestro? Pois é, isso foi proposital. Ela acaba tendo um destino diferente das outras três mulheres… mas de maneira alguma melhor.
As cenas construídas pela autora são
muito bem pensadas. Zoethi Zan conseguiu criar uma história cheia de links
internos, com perguntas que são feitas no início e só são respondidas ao longo
da trama. Ela não deixa nenhuma pergunta sem resposta, e constrói uma trama
extremamente bem estruturada. Além de saber escrever, a autora claramente sabe
construir um enredo em que nada seja previsível. Os personagens são muito bem
construídos. É com lembrar que o livro é narrado na perspectiva de Sarah, o que
significa que o que ela pensava de um personagem nem sempre se confirma como
real.
Além de todos
esses elementos que já marcam a leitura como imperdível, tem mais um detalhe
que eu não posso deixar de comentar, que é a capacidade da autora de
transportar as emoções por meio da narrativa. Você consegue sentir o nojo, a
dor, o desespero. As descrições são feitas de modo que você fique imersa na
história até a raiz dos cabelos, e só possa largar o livro quando ele chegar ao
fim. A autora fez um ótimo trabalho de pesquisas, porque as descrições são
perfeitamente aceitáveis, nenhuma excedendo o limite imposto pela realidade da
história, e as cenas de ação são todas muito bem articuladas. Por isso, o livro
acaba sendo a pedida perfeita para quem gosta de ter um pouco de emoção e gosta
de encontrar em uma história de ficção a realidade com a qual estamos cercados.
Pedida perfeita também pra você que, por um acaso, nunca se aventurou nas
páginas de um livro do estilo. A Lista do Nunca é impecável, uma das minhas
melhores leituras do ano, e com certeza está no topo da minha lista de
indicações.
Sou um espinafre hahahahaha adorei.
ResponderExcluirA Lista do Nunca foi um dos livros mais FODAS que li na vida. A autora não poupou nada na escrita, ela quer transportar você pra estória mesmo. Fiquei sem ar e agoniado em diversos momentos. Ótima resenha :)
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