[Resenha] - Os Doze, de Justin Cronin

     O mundo nunca foi tão terrível. Depois que a humanidade sofreu o ataque dos virais em A Passagem (resenha aqui), tudo mudou.
     Se você já leu o primeiro livro dessa incrível trilogia, então sabe como Justin Cronin tem a habilidade de prender a atenção do leitor, é questão de tempo até você mergulhar na história sem planos para sair. Por isso eu tô aqui hoje. "OS Doze" é, hoje, um dos meus livros preferidos, bora saber o porquê!



Título: Os Doze - volume 2 da trilogia A Passagem
Autor: Justin Cronin
Editora: Arqueiro (sua linda!)
592 páginas


     Para onde quer que olhasse, as cidades estavam mortas. Não havia muita esperança, e dava pra contar as pessoas nos dedos. Mas isso foi depois, quando o abrigo caiu, quando Peter, Alicia e os outros correram para salvar suas vidas. Num mundo onde virais - pessoas infectadas que se alimentam de sangue humano - habitam as sombras e comandam a noite, alianças são cruciais se a humanidade quiser vencer. O problema é que, dessa vez, o inimigo não é apenas as criaturas vampíricas. Agora é homem contra homem, homem contra viral. 
     A história começa no meio. É, bem assim mesmo, um pouco depois do começo, alguns anos antes do fim. Bernard Kittrigde é conhecido por ser um ex-militar fora-da-lei que caça os virais por conta própria. Após seu encontro com Tim e April Donadio, dois jovens que se perderam em meio ao caos do fim-do-mundo, eles se juntam com o motorista de ônibus, Danny. A aventura deles é curta, porém não sem emoções fortes, e se você curtiu A Passagem, vai encontrar nesse "núcleo" de personagens alguns ganchos bem interessantes. 
     Enquanto isso, Lawrence Grey, o rapaz que monitorava Zero antes de toda a calamidade acontecer, encontra-se com a jovem Lila, uma moça perturbada, incapaz de viver a realidade e, por isso, fantasia um mundo perfeito onde não há ataque de virais, apenas sua filhinha e seu marido que já não estão com ela. 
      E, claro, o nosso querido "núcleo" de personagens que é apresentado no primeiro livro da trilogia: Hollis, Sara, Michael, Peter, Alicia. Seus destinos foram separados, e agora cada um enfrenta, à sua maneira, a difícil realidade em se viver num mundo atemorizado por humanos transformados em monstros bebedores de sangue. E, claro, não dá pra esquecer Amy, a garota de lugar nenhum, a menina que sempre pareceu o centro de todos os acontecimentos.
     A Cúpula, as militâncias, as colônias e resistências, o grande Sérgio, tudo isso compõe o cenário em que o mundo vive, praticamente, em bases militares e tenta se preparar para combater com os virais, um grupo que parece crescer a cada dia. E não poderíamos deixar de lembrar dos Doze - afinal, eles dão nome ao livro - os Doze pilares de todo o apocalipse, as abelhas-rainha que têm total controle sobre os virais. 

    A história é muito complexa, tanto que ela não segue uma cronologia linear, a narrativa faz algumas alternâncias desde o primeiro livro, arremetendo ao começo, ao fim, depois ao meio... Sim, uma bagunça, mas é uma bagunça tão bem feita que fica até parecendo o meu guarda-roupa: parece bagunça, mas é só estratégia!
     A narrativa é o ponto principal. Justin Cronin escreve muito bem, sabe fisgar a atenção do leitor e, na minha opinião, não há um único momento em que a história perca o ritmo ou fique enjoativa. Talvez seja reflexo do aprendizado do autor em cima do primeiro livro. A Passagem tem 860 páginas e, embora seja um dos meus favoritos, algumas partes cansam os ânimos do leitor. Mas com bem contadas 592 páginas, Cronin conseguiu criar uma trama muito bem amarrada á história apresentada no primeiro livro, e ainda deixou um final com um gosto torturante de "ainda não está no fim". Sim, amigos, não há nada melhor do que terminar um livro dessa forma. Isso significa que ele ganhou seu carisma.
     Sobre as personagens, acho que é o maior motivo de me manter tão interessado nessa história. Todos são muito bem estruturados, Cronin consegue explorar o passado de cada um deles de forma que o leitor se torne íntimo de Peter, Alicia, e dos sobreviventes do apocalipse. Cada um tem um peso na história. Embora o centro seja Amy, Peter e, em muitos momentos, Alicia, cada personagem desempenha um papel importante e, com suas individualidades, é o tipo de livro em que quem ganha seu favoritismo nem sempre é o personagem principal (Sara!). 

confiram uma ilustração dos "virais" presente em uma edição americana.
Na minha cabeça eles eram completamente diferentes '-'


     Leitura mais, muito mais do que recomendada. Claro que, antes de Os Doze, você precisa ler A Passagem, mas isso não vai ser trabalho. A história vale cada página virada!

Tenham Uma excelente leitura!
Fiquem na Paz! =)

     

3 inspirações:

  1. Oie,
    Eu li Os Doze e quando terminei minha reação foi, Justin é demais...mesmo sendo uma leitura densa depois que pegamos o pic e encontramos os personagens de A Passagem a leitura flui mais facilmente. E eu também não imaginava os virais assim, mas confesso que gostei dessa imagem.

    Boas leituras e que em breve possamos conhecer o final dessa trilogia.

    Beijokas elis!!!
    http://amagiareal.blogspot.com.br/

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  2. "Parece bagunça mas é só estratégia" HAHAHAHAHAHAHAHA Oi, Pedro!

    Ainda não li A Passagem mas li essa resenha assim mesmo, acho que estou mais seguro em dar o ponta pé inicial. Magina eu ler 860 páginas pra me decepcionar com a continuação? Adorei a resenha e me foi útil demais, rs.

    Abração!
    http://www.ohmydogestolcombigods.com/

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  3. "fica até parecendo o meu guarda-roupa: parece bagunça, mas é só estratégia!" KNOW THAT FEEL!

    Cai de para-quedas nesse review, não conhecia a trilogia e comecei a pesquisar aqui (ai meus bolsos!) caótico é o que resume bem esse segundo livro né?! Me assustei com o número de páginas, mas vou dar uma chance á Passagem, se não gostar venho aqu ireclamar -not.

    Abs

    http://tediosoc.blogspot.com

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