[Resenha] O Começo do Adeus - Anne Tyler

A morte é o tipo de evento comum na vida de uma pessoa e, não importa de quantas formas ela venha, quando passa, os que ficam nunca se acostumam.



Título: O Começo do Adeus
Autora: Anne Tyler
Editora: Novo Conceito
206 páginas



     Aaron perdeu sua esposa, Dorothy, em um acidente incomum. Num momento estavam discutindo e, no seguinte, estava viúvo. Talvez fosse aquela uma forma estranha de se despedir, porque Aaron passou a vê-la desde então. Sua presença era forte demais para ser uma ilusão, mas sua existência era tão inconstante que mal parecia real. Ele aprendeu, à sua maneira, como lidar com a dor, como sentí-la.
     Dorothy era uma médica sem muitos talentos sociais, baixinha e morena, o tipo de mulher que muitos autores não escalariam como par romântico de uma história, o que ganhou minha atenção logo de cara. Aaron, um editor com limitações físicas e uma bengala como companheira em tempo integral, tornou o casal ainda mais belo de se acompanhar. Nessa história romântica e bem estranha (no sentido mais especial da palavra), Anne Tyler conseguiu escrever um romance diferente dos atuais, algo com substância.

     O Começo do Adeus não tem climax, não possui uma reviravolta estonteante, não é o tipo de livro que te faz suspirar. Mas, com certeza, é o tipo de história que te deixa com um sorriso no canto do rosto quando termina de ler. Tyler usou a medida certa para escrever uma história assim. Gosto de ver romances em que os protagonistas não são belos e idealizados, mas apenas pessoas normais com atributos capazes de superar o que há para ser visto com os olhos.

"Minha mãe disse que não havia nada de errado com Dorothy, se você não se importasse com uma mulher que tinha as habilidades sociais de um urso panda. Aquilo só me fez rir. Dorothy era mesmo um pouco como um urso panda. Ela tinha a mesma circunferência e compaticidade, a mesma maneira de agir."
página 128


     O começo do livro já consegue deixar sua marquinha no leitor, faz um convite para continuar a leitura e, sem que você perceba, já está aceitando. É convidativo não apenas por ser pequeno, mas por ter uma narração poética diferente das que costumamos ler. Tyler, uma autora digna de sua obra best-seller, conseguiu entrar na mente de um homem desolado pela morte da esposa.  

"Andei numa espécie de transe, mantendo minha marcha o mais constante possivel, como se Dorothy fosse um líquido e eu estivesse cheio dela até a borda, movendo-me cuidadosamente e vagarosamente para não derramá-la."
página 135

 
     O livro tem seus altos e baixos. Mesmo com 206 páginas, consegue sair um pouco de foco, vez ou outra, mas é uma obra que vale a pena ser lida. Não sei bem ao certo se há uma lição a ser aprendida aqui, acredito que os livros se fazem professores quando nos permitimos ser alunos, mas tenho certeza que divertimento é o que não falta nessa obra.
     O fim do romance fala por si, deixa claro que não há arrependimentos quando se fecha o livro definitivamente. Vale a pena, com certeza =)

Boa leitura, amigos Inspirados!
Fiquem na Paz!

3 inspirações:

  1. Opa!! Espero que o livro seja tão bom de ler quanto a resenha! Gostei do fato de ser um romance com protagonistas "normais", diferente do que a gente costuma ler por aí, todo mundo bonito e perfeitinho... Bom saber também que eu não posso esperar muita coisa do livro, porque quase todas as resenhas me fazem criar expectativas sobre o livro.
    parabéns pela resenha!
    @pacupe

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  2. Que dica maravilhosa, Pedro. Adoro esse linguajar poético, claro que quando bem usado pelo autor na história faz toda diferença...
    Espero ler em breve e urgente. Ameeei a resenha como sempre.
    C'ya.

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  3. Apesar dos altos e baixo como tu mencionou o livro é muito bonito!
    Acho que a autora foi inteligente em usar um homem de meia idade como protagonista, usar ele, suas dores, seus anseios. Ficou interessante.

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