Estamos
de volta ao universo maestralmente criado por Scott Lynch! Dessa vez, no
segundo volume de Nobres Vigaristas, infelizmente só temos Locke Lamora e Jean
Tannen para nos entreter. Um minuto de silêncio (se isso foi um spoiler, dois
minutos). Se você não sabe quem é Locke Lamora ainda, clique AQUI!
Além
de conviverem com a sensação de estarem constantemente sob os olhos dos
magos-servidores, Locke e Jean ainda precisam lidar com as questões mais
complicadas, como por exemplo a melhor maneira de limpar os bolsos dos ricos de
Tal Verrar, uma cidade que os acolheu depois que Camorr deixou de ser tão
calorosa.
Foram
dois anos trabalhando em um plano bem engenhoso: roubar Requin, o dono do
imperial Agulha do Pecado, uma imensa casa de jogos onde o dinheiro circula que
nem doido por lá, e o roubo é algo intolerável, embora, é claro, nossos amáveis
nobres vigaristas tenham capacidade suficiente para burlar os mecanismos anti-roubo
do local.
O
problema é que eles acabaram caindo nas mãos do Arconte. Veja bem, em Tal
Verrar o poder está basicamente na mão do Priori (uma espécie de coletivo para
senadores, vamos imaginar assim), e o arconato tem grande influência no poderio
militar. Acontece que o Arconte e o Priori não se dão muito bem, ora vejam só,
e Locke e Jean, peritos em adentrarem nas furadas mais incríveis da história,
acabam se envolvendo nesse fogo cruzado. A dupla de nobres vigaristas agora
precisam lidar com Requin e o Arconte. Mas se você ta achando pouco, que tal
mandá-los para o alto-mar?
Locke
e Jean precisam agradar um bocado de gente antes de trair todos eles, por isso
– vocês vão precisar ler pra saber como – eles acabam se tornando piratas. Com
um senso de nobreza muito, mas muito deturpado, a dupla acaba se envolvendo com
a capitã Drakasha e a tripulação do Orquídea Venenosa. E daí por diante, meus
amigos, é muita treta!
Escrito
em terceira pessoa e com um talento de dar inveja, Scott Lynch cria uma obra
tão arrogantemente incrível que eu não pude parar de ler por qualquer motivo,
tipo atender a campainha, respirar, essas coisas.
Apesar
do vocabulário bem – eu diria passando de bom – chulo, com palavrões a torto e
direito, os diálogos imprimem muito bem a personalidade de cada um, inclusive eu
poderia ser capaz de reconhecer Locke Lamora e Jean Tannen apenas lendo suas
falas, já que um é sempre jocoso e o outro é sempre um gênio com as palavras (e
os palavrões) tanto quanto com as machadinhas.
A
ambientação é única, algo entre o medieval e um cheiro lá de longe que se
parece o steampunk (eu sei que não é esse o gênero, mas hey, me dá um desconto,
amo steampunk, eu o vejo até no meu chinelo), com parafernálias engenhosas e
tudo o mais, além do tom suave e encantador de fantasia que permeia a jornada
dos nossos ladrões sem, no entanto, tomar o holofote pra si. A magia em Mares
de Sangue é tão sutil e delicada quanto um beijo, e tão prazeroso quanto.
Desde
As Mentiras de Locke Lamora, os dois amigos que protagonizam a trama cresceram
bastante, seus demônios internos e os fantasmas de seu passado foram confrontados,
e cada um foi lapidado com uma escrita insana de tão boa! Eles perdem o controle da situação, revelam suas fraquezas e, claro, suas predisposições a loucura. Só quero saber quando
Sabeta vai aparecer, mas se você nem sabe quem é essa mulher, ta esperando o
que pra começar a ler esse raio de história?!
Não
é a toa que a saga Nobres Vigaristas tornou-se minha obra favorita. Logo eu,
que nunca fui de escolher um preferido! Que me perdoem Rothfuss, Cornwell e
companhia, mas Scott Lynch ganhou minha atenção, e vou seguir os trabalhos
desse cara até os confins do Mar de Bronze, e pra lá dos Ventos Fantasmas se
for preciso!
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Créditos: BotanicaXu |
Tenham
uma ótima leitura! Fiquem na Paz!
Poxa vida, Pedro!
ResponderExcluirEu estou com As Mentiras de Locke Lamora aqui pra ler e ia deixar a vez dele mais pra frente, daí vc vem mudar as ordens dos fatores, quer dizer, das minhas leitores, minha previsão era começar hoje O Dia do Coringa depois de finalizar Peter Pan, mas acho que vou de Lamora...rs