Para quem gosta de um livro cru de narrativa menos tradicional, Tequila Vermelha é uma boa pedida (entendeu? Entendeu? 'Boa pedida', 'tequila'...) =D
Autor da saga Percy Jackson, Rick Riordan criou um outro estilo bastante diferente, algo entre o policial e o drama, porém com uma dose exagerada de sarcasmo.
Título: Tequila Vermelha
Autor: Rick Riordan
Editora: Record
428 páginas
Tres Navarre está de volta a San Antonio, sua cidade natal no Texas. acompanhado por seu gato Robert Johnson, ele decide ir a fundo no assassinato de seu pai, o xerife Jackson Navarre, ocorrido há dez anos.
Durante sua volta, Tres acaba encontrando velhos rostos familiares, alguns bastante promissores, outros nem tanto. Em um dado momento, muitas pessoas que marcaram sua vida acabam envolvidas numa trama bastante complicada: Lilian, sua antiga paixão; Maia Lee, uma paixão intermediária (esta; Ralph, um velho amigo bastante difícil; Dan, um sujeito que é de despertar compaixão em alguns momentos, e ódio em outros. Esses e outros personagens se lançam na trama, e vai ser bem difícil para Tres confiar em boa parte deles.
Não se engane quanto a capa. Quando vi esse livro pela primeira vez, associei o título e logo imaginei um cenário típico do Velho Oeste. Não, não é exatamente assim. De fato, a história ocorre no Texas, temos xerifes e homens lutando pelo poder da cidade, mas não é do tipo que vemos na televisão, com bolas de feno rolando pela estrada de terra, casas de shows com dançarinas e uma porta "vai-vem". Temos telefones atrás da mesa de passar roupar, carros de luxo, televisores e armas bastante arrojadas.
O que Rick Riordan criou foi uma obra com um emaranhado de histórias e dramas familiares que se estendiam à complexa jogatina do mundo da máfia. Tres é um personagem bem estruturado com a personalidade bem delineada: um sujeito formado em Educação Física e Letras, praticante do Tai Chi e ex-detetive de São Francisco. Com doses exageradas e, surpreenda-se, bem medidas de sarcasmo e acidez, o livro é narrado em primeira pessoa. Incrível como Rick Riordan criou uma personalidade tão amável (leia sarcasmo) como Tres Navarre!
Num estilo mais policial, o autor cria uma trama bastante interessante. Embora Tres seja considerado investigador, ele não assume uma posição tão marcante exercendo esse papel, tanto que ao longo da leitura, boa parte das provas não são, de fato, colhidas e deduzidas por ele. Sua veia investigativa fica mais perceptível apenas nos últimos capítulos, e mesmo assim, é preciso dar um bocado de crédito ao Ralph e Maia Lee.
Mas a escrita é hilária. Essa foi a primeira obra que eu li do autor e, com certeza, é a responsável por me fazer ficar mais interessado pelo trabalho de Rick Riordan. Isso mostra que existe um escritor versátil por trás do criador de Percy Jackson. Não recomendo a leitura por ser um livro excepcional, e sim por ser divertido e te fazer odiar personagens fictícios quando você quer arrancar algumas cabeças de verdade. Canalizar esse tipo de coisa para a leitura sempre ajuda, então vamos dar o devido crédito ao criador de Tequila Vermelha.
Aliás, o título do livro também é bastante intrigante, mas só lendo mesmo pra entender. Fazer o quê, ne?
Uma ótima leitura pra todos!
Fiquem na Paz!