
A Rua dos Artesãos, bastante
movimentada no Reino do Vinagre, é o ponto de partida dessa nova aventura. O
Velho Gornef, um joalheiro aposentado e bastante ranzinza, estava decidido a
passar o resto de sua vida escondendo um segredo em forma de letra S na palma
da mão de sua netinha Rheita, um símbolo que marcava o Guardião. Como grandes
segredos sempre são muito pesados para se carregar sozinho, ele tinha a ajuda
da confeiteira Dona Adeliz. Juntos, garantiriam que ninguém soubesse o segredo
de Rheita, e o destino grandioso aguardado pela menina.
Mas esse lance de Destino nunca deixa
nada passar em branco, por isso, quando um estranho surge em sua casa e um mapa
mágico é descoberto no assoalho do quarto abandonado de sua mãe, Rheita
descobre haver muitos segredos rodeando sua vida, desde o sumiço do pai até o
paradeiro de Chaves mágicas. Ao conhecer Kiel, o filho do sapateiro, a menina
descobre no menino gago um companheiro para o que seria a sua maior aventura.
Guiados pelo Mapa Mágico, eles iriam ate Lagoena, um mundo prestes a ser
destruído pelas sombras.
De um jeitinho a
La Alice, os dois amigos entram no Mundo Secreto de Lagoena por meio de uma
passagem numa árvore, um lugar povoado por criaturas mágicas, bondosas ou não,
desde os medrosos homocapillis aos bem-humorados – e meus preferidos! – filhos
do vento.
Ao longo
da jornada, eles precisam encontrar sete Chaves douradas, capazes de conceder
um desejo, e impedir a destruição de Lagoena antes que um inimigo antigo
daquelas terras derramasse devastação sobre aquele mundo secreto.
A aventura
promete encontros com gigantes, espectros de sombras, centauros, unicórnios e a
bondosa Mãe Branca, além de se meterem com pequenos ladrões, crianças que
seguem as ordens do Pai Velho, um senhor de caráter muito duvidoso mas incapaz
de quebrar promessas.
Rheita e
Kiel fazem amizades, entram em aventuras, descobrem segredos e, no processo,
crescem como ninguém. Kiel é, sem sombra de dúvida, o que mais amadurece, e sua
coragem latente só confirma a nobreza do menino mesmo quando tudo parece
perdido.
Escrito
com muita poesia, Laisa Couto narra uma jornada épica por caminhos
desconhecidos e misteriosos. Guiados por charadas projetadas em um mapa com
propriedades místicas, Rheita e Kiel são conduzidos até o objetivo: as sete
Chaves. A progressão dos acontecimentos, o ápice de cada aventura, a
caracterização de cada personagem, tudo foi muito bem elaborado, não tem nem
como duvidar do quão dedicados foram os dedos que teceram as palavras impressas
em Lagoena. Embora alguns elementos sejam bastante previsíveis, a história tem
uma pegada muito mais infanto-juvenil, o que torna a narrativa e as “cenas” fantásticas
muito mais importantes do que uma trama complexa, que, aliás, poderia roubar
toda a atmosfera lúdica inserida em cada página.
Lagoena, a
obra de estréia da autora, veio com muitos elementos extraordinários já vistos
em outras obras. Dá pra sentir um pouco do universo de Alice no País das
Maravilhas, Harry Potter, O Senhor dos Aneis, referências bíblicas, além de uma
referência sutil mas bem bolada de Dragon Ball Z (não sei se foi intencional,
mas não pude deixar de fazer essa feliz comparação). De maneira bastante
original ela consegue pegar um pouco de cada mundo que povoou nosso imaginário
e convergir tudo em uma única história. Com um desfecho surpreendente, tenho
certeza que Lagoena vai fazer você se apaixonar pela Terra Secreta e seus
habitantes mágicos. Mas cuidado, Zhetafar é um homem cruel de coração negro, é
preciso muita bravura para enfrentá-lo. Mas não se preocupem, pois coragem é a
essência dos nossos dois aventureiros. Obrigado, Laisa, por me conceder a honra
de caminhar pelas Terras Secretas! Pode ter certeza que voltei um pouco
diferente dessa aventura!
Tenham uma
ótima leitura, fiquem na Paz!
Oi, Pedro!!
ResponderExcluirEnfim! Já conversamos sobre a resenha e aqui só resta agradecer sua atenção e entusiasmo de sempre! Muito legal ver Lagoena por aqui de novo, trilhando um novo caminho e espero que um dia vc possa resenha o segundo e o terceito livro. Vc é um leitor muito especial.
Att.,
Laísa Couto