O FIM

                Escrever sempre foi um dos prazeres impagáveis de quem se contenta com pouco. E foi nesse ‘pouco’ que eu fiz o Inspirados. E desse ‘pouco’ eu fiz muito. Mesmo não sendo o grande destaque da blogosfera, ele foi suficiente pra me entreter e me encher de alegria, me descobrir como um grande apreciador de livros e da escrita – além de me ensinar a admirar mais as pessoas por suas diferenças. Claro que esse espaço virtual te permite isso, não tem como não curtir essa viagem!
                Mas toda viagem tem um fim. Se você compra uma passagem, nela vem escrito a origem e o local de destino. Pois é, amigos Inspirados, ao que tudo indica nosso passaporte tem como seu destino final o dia de hoje. É aqui que saltamos, nossa parada final, quando recolhemos nossa bagagem de uma viagem incrível e motivadora, e vamos pra casa com os bolsos cheios de fotografias dos melhores momentos. É em casa que descansamos, recarregamos nossas baterias, e quem sabe não nos preparamos para uma outra viagem?
                Apesar disso, Inspirados não está mais no meu itinerário. Esse foi um lugar especial que não permite reprise. Como nas aparições fantásticas dos livros de fantasia que lemos, Inspirados toma sua forma etérea e some no bosque, no meio da escuridão, deixando nas sombras sua silhueta cintilante, como a lembrança de algo muito bom que veio, mas que já foi.
                 Não dá nem pra mensurar como foi bom, como foi maravilhoso ter esse espaço pra dividir meu gosto literário com as pessoas. Aqui eu fiz parcerias com editoras incríveis, criei vínculos com escritores e blogueiros, fiz um vínculo comigo mesmo! E foi bom demais enquanto durou. E a gente sabe que a frase “enquanto durou” só vem quando algo está acabando.
                Inspirados acaba hoje. Eu não tenho a pretensão de pensar que ele deixou um legado, ou que vai deixar mil leitores com a saudade no coração. Mas eu gosto de pensar que isso vai mudar alguma coisa. Como quando você passa por uma rua todos os dias, e provavelmente nunca vai notar aquela pichação no muro que fizeram sobre muitas outras. Mas sempre vai ficar o pensamento “ei, alguma coisa está diferente aqui”. Pois é, talvez seja essa a sensação que Inspirados vai deixar quando for embora.
                Tenho muitos outros planos agora, e os mais importantes não envolvem livros ou literatura, mas isso não significa que esses elementos não sejam parte de quem eu sou. Eles apenas serviram para minha formação enquanto puderam contribuir, mas agora é hora de tocar a vida adiante, buscar outras coisas, me dedicar à faculdade, a obras mais sólidas, ao meu compromisso com as coisas que Deus me proporciona. “Até aqui nos ajudou o Senhor”, e Ele vai continuar ajudando. Mas com outros planos em mente.
                Todo adeus tem que ter um “muito obrigado”, então aqui vai: às editoras que me aceitaram como parceiro, um imenso e honrado obrigado. Fico muito feliz de ter conseguido arranhar essa imensa superfície, e mais feliz por ter sido reconhecido para representá-los na blogosfera. Aos amigos blogueiros, escritores e leitores que fiz aqui, bem... Vocês fizeram mais parte do Inspirados do que o verde do Layout ou o próprio Booky – o gato preto caolho – ali em cima. Vocês fizeram parte disso aqui e mais um pouco, porque fiz amizades que foram além dos quatro cantos do meu monitor, amizades que vão viver até os quatro cantos do mundo inteiro.
                Eu sei ser prolixo, mas não sei me despedir. Então vamos fazer assim. Fecha os olhos, conta até dez. Quando você terminar, eu prometo que não vou falar mais nada, nem vou estar aqui.
                Obrigado! De verdade, mesmo, obrigado. Fiquem na Paz, e tenham uma ótima leitura!

                Pronto, já podem abrir os olhos.  =’)


[Lançamentos] Novo Conceito!


Alô, amigos Inspirados!

      Alguém aí já deu uma conferida nas novidades da Novo Conceito? Pois é, parece que 2015 vai ser linda pra todas as idades graças a NC! Bora conferir?



As Cores do Entardecer 
      A sonhadora Isabelle e o determinado Robert desejavam, com todas as suas forças, se entregar à paixão que os unia. Mas uma jovem branca e um rapaz negro não poderiam cometer tamanha ousadia em plena década de 30, em uma das regiões mais intolerantes dos Estados Unidos, sem pagar um preço muito alto.Diante dos ouvidos atentos da cabeleireira Dorrie, a história do amor trágico e proibido se desdobra, enquanto mudanças profundas se instalam em sua própria vida.Com personagens humanos e, por isso mesmo, memoráveis, “As Cores do Entardecer” mostra que as relações afetivas muitas vezes são mais profundas que os laços de sangue. A cada etapa da viagem de Isabelle e Dorrie, as lições sobre otimismo e fé se multiplicam.

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O Reino Secreto de Todd  
Como foi que ele se tornou um deus por acidente?
Ingrediente A: meias esportivas muito usadas
Ingrediente B: imundície do grande e poderoso Todd (em pessoa)!
Instruções: deixar embaixo da cama por meses e meses. Não arrumar o quarto.
      Mas atenção! Quando o valentão da escola, Max Loving, coloca em risco o futuro da minúscula civilização toddliana, Todd terá que fazer tudo o que estiver ao seu alcance para salvar essa raça que ele mesmo criou sem querer.
Perfeito para os fãs de livros de aventura que saem da mesmice, O REINO SECRETO DE TODD vai fazer você rir bem alto. Descubra o que acontece quando você deixa a roupa suja jogada no chão...

[Resenha] Mares de Sangue, de Scott Lynch


                Estamos de volta ao universo maestralmente criado por Scott Lynch! Dessa vez, no segundo volume de Nobres Vigaristas, infelizmente só temos Locke Lamora e Jean Tannen para nos entreter. Um minuto de silêncio (se isso foi um spoiler, dois minutos). Se você não sabe quem é Locke Lamora ainda, clique AQUI!
                Além de conviverem com a sensação de estarem constantemente sob os olhos dos magos-servidores, Locke e Jean ainda precisam lidar com as questões mais complicadas, como por exemplo a melhor maneira de limpar os bolsos dos ricos de Tal Verrar, uma cidade que os acolheu depois que Camorr deixou de ser tão calorosa.
                Foram dois anos trabalhando em um plano bem engenhoso: roubar Requin, o dono do imperial Agulha do Pecado, uma imensa casa de jogos onde o dinheiro circula que nem doido por lá, e o roubo é algo intolerável, embora, é claro, nossos amáveis nobres vigaristas tenham capacidade suficiente para burlar os mecanismos anti-roubo do local.
                O problema é que eles acabaram caindo nas mãos do Arconte. Veja bem, em Tal Verrar o poder está basicamente na mão do Priori (uma espécie de coletivo para senadores, vamos imaginar assim), e o arconato tem grande influência no poderio militar. Acontece que o Arconte e o Priori não se dão muito bem, ora vejam só, e Locke e Jean, peritos em adentrarem nas furadas mais incríveis da história, acabam se envolvendo nesse fogo cruzado. A dupla de nobres vigaristas agora precisam lidar com Requin e o Arconte. Mas se você ta achando pouco, que tal mandá-los para o alto-mar?
                Locke e Jean precisam agradar um bocado de gente antes de trair todos eles, por isso – vocês vão precisar ler pra saber como – eles acabam se tornando piratas. Com um senso de nobreza muito, mas muito deturpado, a dupla acaba se envolvendo com a capitã Drakasha e a tripulação do Orquídea Venenosa. E daí por diante, meus amigos, é muita treta!

                Escrito em terceira pessoa e com um talento de dar inveja, Scott Lynch cria uma obra tão arrogantemente incrível que eu não pude parar de ler por qualquer motivo, tipo atender a campainha, respirar, essas coisas.
                Apesar do vocabulário bem – eu diria passando de bom – chulo, com palavrões a torto e direito, os diálogos imprimem muito bem a personalidade de cada um, inclusive eu poderia ser capaz de reconhecer Locke Lamora e Jean Tannen apenas lendo suas falas, já que um é sempre jocoso e o outro é sempre um gênio com as palavras (e os palavrões) tanto quanto com as machadinhas.
                A ambientação é única, algo entre o medieval e um cheiro lá de longe que se parece o steampunk (eu sei que não é esse o gênero, mas hey, me dá um desconto, amo steampunk, eu o vejo até no meu chinelo), com parafernálias engenhosas e tudo o mais, além do tom suave e encantador de fantasia que permeia a jornada dos nossos ladrões sem, no entanto, tomar o holofote pra si. A magia em Mares de Sangue é tão sutil e delicada quanto um beijo, e tão prazeroso quanto.
                Desde As Mentiras de Locke Lamora, os dois amigos que protagonizam a trama cresceram bastante, seus demônios internos e os fantasmas de seu passado foram confrontados, e cada um foi lapidado com uma escrita insana de tão boa! Eles perdem o controle da situação, revelam suas fraquezas e, claro, suas predisposições a loucura. Só quero saber quando Sabeta vai aparecer, mas se você nem sabe quem é essa mulher, ta esperando o que pra começar a ler esse raio de história?!
                Não é a toa que a saga Nobres Vigaristas tornou-se minha obra favorita. Logo eu, que nunca fui de escolher um preferido! Que me perdoem Rothfuss, Cornwell e companhia, mas Scott Lynch ganhou minha atenção, e vou seguir os trabalhos desse cara até os confins do Mar de Bronze, e pra lá dos Ventos Fantasmas se for preciso!

Créditos: BotanicaXu
               

                Tenham uma ótima leitura! Fiquem na Paz!

                

[Resenha] Minta que Me Ama, Maria Duffy




Jenny vive em Dublin, e sua vida é, de longe, algo do qual ela está orgulhosa. Ela tem um emprego que detesta - mas que paga as contas no fim do mês - e por isso permanece lá. Além disso, ela tem que lidar com uma mãe extremamente excêntrica. Basta dizer que sua mãe não aceita a idade que tem - e age de acordo com a idade que acredita ser a sua, se vestindo dessa forma também, e parecendo uma adolescente.

A vida de Jenny é feita de mesmice, e isso a incomoda. Ela não gosta do que está vivendo. Só tem um lugar onde sua vida pode ser exatamente o que ela quiser que seja. E esse lugar é o twitter.

Lá, ela pode inventar ter a vida mais incrível que puder imaginar. E lá ela acaba criando laços de amizade com três mulheres que, depois de um ato de impulsividade, ela convida para passar o natal com ela na Irlanda. O problema é que elas aceitam e, agora, Jenny precisa dar um jeito de fazer com que a sua vida real seja pelo menos remotamente parecida com a vida que ela construiu na rede social.

Para qualquer pessoa que já teve algum tipo de relacionamento virtual, esse é um livro incrível. Todos sabemos que, na internet, nem tudo o que parece é. Na verdade, o que colocamos online é a parte da nossa vida que julgamos ser digna de compartilhamento. Só que nem sempre as pessoas se preocupam em mostrar todos os lados de quem são - na verdade, quase nunca isso acontece.

E é com isso que Jenny se depara ao decorrer da história porque, se ela achava que ela quem estava inventando uma história, ela descobre que as outras três inventaram histórias ainda maiores, porque elas não são quem parecem ser.

O livro faz com que a gente pense bem nesse aspecto da nossa vida. Muitas vezes nos vemos aficionados - e até mesmo tristes - com as vidas que vemos nas redes sociais. É sempre sorrisos e alegrias e coisas boas. Só que esquecemos que todas aquelas pessoas também tem momentos ruins que elas simplesmente não compartilham por lá. Faz com que pensemos bem em quem estamos nos tornando. E deixa um grande questionamento: será que, nesse mundo internauta, as pessoas são pelo menos parte do que parece ser?

Parece um tema sério  - e é mesmo, em alguns aspectos, mas Maria conseguiu fazer com que a narrativa fosse muito divertida. A história se passa no natal, então a atmosfera é de encantamento e gratidão. É incrível ver o que Jenny e suas três amigas conseguem construir juntas - e desconstruir também. Não tem como não se apaixonar <3
 
Base feita por Adália Sá | Editado por Luara Cardoso | Não retire os créditos